Resumo do Campeonato Nacional 2ª Divisão
Muitas expectativas, muitas desilusões, muitos obstáculos, muita atitude, muito orgulho!
Pode-se dizer, sem reticências, que esta foi uma época atípica em muitos aspetos. Após um início cheio de dúvidas e incertezas, foi possível reunir um grupo cheio de qualidade. A mudança parcial da equipa, que permitiu acrescentar juventude e experiência ao grupo de jogadoras que transitaram da época anterior, e a alteração do modelo de jogo permitiram-nos encarar a época com grande otimismo e ambição. O potencial da equipa e a forma como começou a interpretar o modelo proposto eram sinais motivadores e que permitiam acreditar no sucesso desportivo.
Apesar de todos os indicadores positivos, a época decorreu num registo de altos e baixos, acabando mesmo por hipotecar a possibilidade de atingir a fase seguinte. Num campeonato com este modelo competitivo a margem para errar é mínima, ou mesmo nula. Tradicionalmente temos uma competição em que há equilíbrio entre a maioria das equipas, mas apenas 2 lugares disponíveis para a 2ª fase da competição. Desta forma, a equipa que conseguir um percurso mais coerente e tiver a sorte (que também é precisa, e faz parte da competição) de conseguir manter todo o grupo disponível nos jogos mais complicados tem as maiores possibilidades de atingir o sucesso desportivo.
Lamentavelmente não conseguimos manter o nível de uma forma consistente e as consequências para as nossas ambições foram devastadoras. A equipa teve diversos problemas ao longo da época que afetaram de forma decisiva a prestação e os resultados desportivos. Quando se pretende jogar com um nível qualitativo superior com jogadoras totalmente amadoras e com responsabilidades profissionais alheias ao clube corremos sempre o risco de chegar a momentos em que a atividade profissional das atletas - por razões incontornáveis, óbvias e compreensíveis - se sobrepõe aos interesses da equipa, impossibilitando o seu contributo. Se para além desta situação considerarmos algumas ausências motivadas por lesões chegamos a um resultado final surpreendente: (1) em 22 jornadas nunca foi possível fazer uma convocatória sem limitações ou imposições, quase sempre alheias ao trabalho interno da equipa(!); (2) nunca foi possível colocar em campo simultaneamente as 5 jogadoras que reuniam o máximo potencial num determinado momento; (3) todos os jogos de maior dificuldade ficaram marcados pela ausência de pelo menos uma das jogadoras mais experientes do grupo; (4) nunca foi possível preparar um jogo com a presença de todas as jogadoras convocadas para esse jogo, (5) algumas das atletas mais experientes e decisivas apresentaram grandes decréscimos da sua condição física em resultado da sua impossibilidade de treinar regularmente com a equipa devido a motivos profissionais ou relacionados com lesões.
Não se pretende com estes argumentos justificar os resultados desportivos menos positivos. Todos sabemos que o sucesso é dependente de vários fatores, como a qualidade intrínseca da equipa, a qualidade do trabalho de campo, o nível competitivo das provas, a possibilidade de apresentar sempre o grupo mais forte e, até... a sorte, sempre associada aos campeões! Mas é necessário e justo, sobretudo pelo grande empenho e ambição demostrados pelas jogadoras, explicar as dificuldades e as limitações que envolveram a equipa ao longo desta época e que afastaram o destino da equipa das suas mãos.
Numa prova sem grandes margens para errar acabámos por ficar na 4ª posição e nos 22 jogos realizados conseguimos 16 vitórias, mas claudicámos por 6 vezes, sempre com resultados muito equilibrados (em 2 dessas derrotas perdemos após prolongamento).
Fomos a 4ª melhor ataque com 1345 pontos marcados (61,1 de média por jogo) e a 5ª melhor defesa com 1108 pontos sofridos (50,3 por jogo).
Neste cenário, era perfeitamente possível que qualquer uma das 5 primeiras classificadas pudesse garantir um dos 2 lugares que davam acesso à fase final.
Hugo Fernandes
Labels: Seniores Fem.
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