Entrevista ao treinador da seleção de Sub-16 Feminina, Luís Araújo que recentemente participou na Festa do Basquetebol Juvenil em Albufeira


1.Como caraterizas o ambiente que se vive na Festa do Basquetebol Juvenil?
As festas do Basquetebol desde que surgiram trouxeram um ambiente único, sendo que neste momento aumentou a sua envolvência a todos os níveis, nomeadamente de quem acompanha, desde os pais a outros agentes da modalidade.
    2. Como foi em termos competitivos o desempenho das Sub-16?
    O desempenho competitivo não foi muito abaixo das expetativas do corpo técnico, apesar de considerarmos que o 5º posto seria o aceitável. No entanto, à medida que as expetativas das jogadoras não foram sendo atingidas o nível anímico e a ambição baixaram. Devido à análise feita no inicio do trabalho, só com um desempenho defensivo muito consistente conseguiríamos ser competitivos. Assim, foi. Arrisco a dizer que fomos a equipa mais consistente nesse aspeto do jogo. Infelizmente as restantes debilidades, nomeadamente na finalização, não nos permitiram ganhar.
      3. Como analisas o nível das gerações/equipas presentes nas Festas, a nível nacional e em Aveiro?
      Estas gerações de 96 e 97 são talvez as que apresentam mais potencial a nível nacional de sempre, dado as carateristicas físicas e técnicas que as jogadoras apresentam. Defrontamos equipas com 4 jogadoras na casa do 1,90 e com muito peso a acompanhar. A nossa equipa não apresenta, nem de longe os mesmos argumentos.
        4. Quais as diferenças entre o trabalho realizado nas seleções e no clube?
        As diferenças são diversas. Na selecção vão desde as limitações ao nível do curto tempo de preparação, do estado físico e das lesões, e ainda das diferentes filosofias que encontramos, pois as jogadoras trabalham com treinadores que acreditam em coisas diferentes. Temos efectivamente a oportunidade de trabalhar com as melhores jogadoras do distrito e perspetivar trabalhar de forma mais ambiciosa e complexa do que no clube. Apesar de tudo, acredito que no clube temos uma maior exigência sobre aquilo que é o nosso trabalho.
          5. Diferenças entre a competição nas festas e a competição no clube?
          A competição nas festas é diferente, de certa forma condicionada. É condicionada pelo tempo, que é menor, pelas dimensões do campo, que condionam a equipa ao nível do contra-ataque por exemplo, é condicionada pelo reduzido tempo de descanso. Além disso o modelo, onde os cruzamentos do 2º dia são decisivos, tornam a competição menos justa. Há mais pressão sobre as jogadoras, especialmente agora que há uma grande proximidade dos pais. Por último de referir a inexperiência dos árbitros e oficiais de mesa presentes, pois o jogo praticado no Grupo A é claramente mais rápido e complexo do que aquilo para o qual estão preparados.
            6. Que conselhos podem ser dados aos atletas que ambicionam chegar às seleções?
            Em primeiro lugar um atleta que ambicione estar numa selecção distrital tem de pretender mais do que simplesmente estar presente no Algarve. Tem de, sempre, querer mais, e isso começa no trabalho individual. Trabalho de desenvolvimento físico, de reforço e prevenção de lesões é fundamental, e depois disso acreditar no seu trabalho de técnica individual. Se os colegas no clube não acompanham e não se dedicam devo ser eu o “motor”, ser eu a animar e elevar a vontade deles. Participar na selecção distrital é um motivo de orgulho e assim a nossa forma de estar deve sempre corresponder a essa postura, sempre com a humildade presente. Saber reconhecer as minhas limitações contra e com os melhores e perceber o que tenho de fazer para melhorar, para num patamar seguinte olhar à selecção nacional e à competição sénior. Estar nos melhores do meu distrito não é, e nunca será, garantia de nada.
              7. Como te sentes e o que representa fazeres parte da equipa técnica da ABA?
              É motivo de orgulho e satisfação pessoal o facto de poder integrar esta estrutura. Primeiro pelas qualidade humanas que encontrei na direcção técnica e nos outros treinadores, depois pelo facto de trabalhar numa associação tão histórica e reputada e porque este ano foi a grande vencedora da competição de uma forma geral. É um privilégio fazer parte deste processo de desenvolvimento de jogadores e da modalidade. Assim, resta-me terminar dando os parabéns e agradecimentos à direcção técnica, aos treinadores, às equipas aveirenses campeãs, ao enquadramento humano, e ainda um agradecimento especial à treinadora Tatiana Iourtaeva, companheira no trabalho árduo e nas dificuldades

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