19ª Jornada: Esgueira 66 – Galitos/AAUAv 61

Verdadeiro derby com decisão apenas no prolongamento

A visita a Esgueira representa sempre uma motivação extra porque se trata de um derby que se espera sempre difícil e equilibrado. Na perspetiva das consequências em termos classificativos este jogo revestia-se de maior importância para a equipa anfitriã. De qualquer modo, como é óbvio e natural entre 2 clubes com prestígio na modalidade, entre equipas com valor, com jogadoras de qualidade, só um desejo impera: vencer.
O jogo evoluiu, como era esperado, com grande equilíbrio na marcha do marcador. As 2 equipas estiveram particularmente preocupadas em parar ou limitar os pontos fortes adversários o que, em parte, justifica a baixa marcação de pontos em quase todos os períodos. O comando do marcador foi sempre alternando até ao 4º período. Nesta fase conseguimos passar para a frente e mantivemos uma pequena vantagem até praticamente ao último segundo do tempo regulamentar. Mesmo no final do 4º período, uma falha defensiva permitiu que o Esgueira conquistasse a possibilidade de levar o jogo para prolongamento onde foi mais eficaz.
Houve a preocupação de alertar as jogadoras para o facto de estes jogos se decidirem normalmente nos detalhes. A vitória é quase sempre conquistada pela equipa que comete menos erros. Entre ações muito positivas, cometemos alguns erros grosseiros na defesa que permitiram ao Esgueira concretizar cestos fáceis, sobretudo em transição (após termos marcado cesto e falhado na recuperação defensiva) e em segundos lançamentos (após termos falhado no ressalto defensivo). Apesar das inúmeras intervenções para serenar a equipa, o ambiente de derby criou alguma agitação e nervosismo nas nossas jogadoras em alguns momentos do jogo. A vontade de vencer e a tendência para tentar resolver o encontro rapidamente e com recurso a ações individuais resultou quase sempre em momentos menos bons e dando vantagem à equipa adversária. Ficou evidente que quando jogávamos de forma serena e coletiva o nosso jogo era mais equilibrado e eficaz.
Os nossos “problemas crónicos” no trabalho das últimas semanas voltaram a limitar a forma como nos apresentámos. Jogos com elevada intensidade física e emocional requerem uma boa preparação que só é possível obter com trabalho contínuo. É extremamente difícil conseguir que uma equipa esteja ao seu melhor nível quando os índices físicos que apresenta não são os melhores. Neste especto particular foi evidente a melhor forma geral da equipa adversária e o desequilíbrio entre os vários elementos da nossa equipa. É bom que se perceba que as debilidades físicas da equipa não são resultado da falta de empenho das jogadoras, mas sim motivados por fatores que impedem uma participação mais ativa e efetiva de muitas das jogadoras influentes no trabalho regular da equipa.
Apesar de tudo tentámos fazer uma gestão equilibrada do plantel de forma a manter a frescura das jogadoras, mas este esforço viria a revelar-se inútil e ingrato. Ficámos muito cedo limitados por acumulação de faltas pessoais (que, tal como foi referido na comunicação social, nos penalizaram fortemente) o que nos limitou ainda mais a gestão da equipa. Foram-nos averbadas 29 faltas pessoais contra apenas 16 da equipa adversária. Da linha de lance livre o desnível foi semelhante: lançamos 12 vezes contra 33! Num jogo equilibrado estes números fazem toda a diferença.
Para que o jogo evolua não chega que as jogadoras sejam melhores. É preciso que todos os agentes desportivos se tornem melhores, incluindo os juízes de jogo. Muitas vezes, as prestações menos positivas dos árbitros não são devidas à falta de qualidade individual (há que dar mérito a muitos árbitros pela vontade que demonstram e pelo esforço que despendem para evoluir), mas aos critérios (ou falta deles) que usam ao longo do jogo. É fundamental que situações idênticas sejam julgadas de forma idêntica. Esta questão é determinante para que as jogadoras possam perceber o que podem ou não fazer, sem se sentirem lesadas ou injustiçadas. O próprio decurso do jogo e a verdade desportiva estão também intimamente ligados à forma como são usados os critérios. Os árbitros (e também os treinadores) deveriam deixar cair a capa autoritária que tantas vezes vestem para tentar controlar o jogo (neste felizmente isso não se verificou), e abrir o caminho ao diálogo construtivo para uma melhor interpretação e intervenção, de forma a melhorar o nível dos jogos e o sentimento de justiça nas decisões (muitas vezes, diga-se, de elevado grau de dificuldade de julgamento).
Por 1 ponto se ganha, por 1 ponto se perde. Parabéns às jogadoras pela excelente atitude.
Hugo Fernandes
Parciais: 11-10; 15-19; 13-10; 12-12; 15-10
Marcha: 11-10; 26-29; 39-39; 51-51; 66-61

Galitos: Manuela Oliveira (2); Tânia Santos (1); Daniela Ramos (2); Inês Afonso (4); Rita Pires; Raquel Soares (13); Catarina Martins (16); Joana Reis; Ana Sami; Maria Cristo (11); Mariana Pinto e Sara Morais (12).

0 comments:

Enviar um comentário

GALITOS Basquetebol - Original Posting Rounders 3 Column | Design: Douglas Bowman | Modification: João Cura