Entrevista concedida ao Diário de Aveiro pelo treinador da equipa de Seniores Femininos do Galitos/AAUAv que está a disputar a Fase Final do Campeonato Nacional da 2ª Divisão.
Depois de uma fase anterior de grande nível, sem derrotas, subir de divisão é o objectivo da equipa na “fase final” que hoje arranca? Não o conseguir será um fracasso?
- Sim, foi algo surpreendente terminar esta fase sem derrotas, inicialmente não estaríamos a espera mas a partir de certa altura da época passou de facto a ser mais um dos nosso objectivos. Um dos primeiros objectivos era de facto o apuramento para a fase final e depois de la estar ,claro que o nosso objectivo passa por sermos campeões nacionais e consequentemente subir de divisão. Se não o conseguir será um fracasso? Não. É porque os outros foram mais fortes e será mais uma derrota, não um fracasso. Como é do conhecimento geral, existe um protocolo com a Associação Académica da Universidade de Aveiro e o objectivo passava por participar neste Campeonato Nacional para ajudar na preparação dos CNU's onde conseguimos um brilhante 2º lugar e nunca nos foi pedido mais nada, Em relação ao Galitos, que reactivou o feminino à pouco tempo também nunca assumiu essa prioridade, logo nunca poderemos considerar um fracasso, pode ser sim um fracasso pessoal, para mim e para as atletas que agora estando tão perto de o conseguir mas como é normal existe a hipótese de não o conseguir e temos de estar preparados para isso.
Começar a competição frente ao CPN, que conta com muitas atletas experientes, é bom ou mau para as vossas aspirações?
- Pessoalmente é indiferente pois se queremos ser campeões temos de os defrontar e ganhar seja na primeira ou na ultima jornada. A grande diferença é que não sendo uma jornada concentrada permite nos descansar para os outros 2 embates e prepara-los com mais tranquilidade.
O que é que conhece e teme das equipas que vão disputar a prova?
- Já vi as outras três equipas a jogar, conheço as atletas mais influentes e as suas características e vamos tentar contrariar até algum favoritismo das equipas adversárias preparando bem os jogos. A equipa do CPN é uma fisicamente forte, com um misto de atletas experientes e alguma juventude com muita qualidade, provavelmente será o jogo mais complicado. As equipas do Estoril e do Montijo tem 2 ou 3 atletas desequilibradoras e tem já muita experiência neste campeonato. Relembre-se que o Estoril é o segundo ano consecutivo que está presente na fase final.
Qual é “segredo” da boa época do Galitos. O que é que destaca no jogo da equipa que orienta?
- Não existem segredos, o que existiu foi bastante trabalho e algum espírito de sacrifício. Algumas atletas trabalham e grande parte é estudante universitária e conjugar a vida pessoal, académica e desportiva não é fácil, mas foi em grande parte conseguida. Existe também um grande sentimento de amizade entre estas atletas dentro e forma do campo, e pelo que me apercebi no feminino isso ajuda muito... Poder contar em alguns treinos com atletas de outros clubes, pois fazem parte da equipa universitárias ajudou bastante a melhorar a qualidade do treino e para elas também o nosso agradecimento! Mas acima de tudo, para quem viu esta equipa a jogar percebeu que estas atletas tem MUITA qualidade.
Concorda com este modelo da prova, que reparte as jornadas da fase final, ou preferia disputar os três jogos num “fim-de-semana”?
- Claro que não concordo e por vários motivos... Em 1º lugar estava definido na conferência de calendário a fase concentrada se realizar este fim de semana, logo eu preparei esta fase da época a contar com isso e a uma semana de começar a prova é que alteram o que estava inicialmente previsto. Em 2º lugar se o objectivo das fases finais é ser um ponto alto da prova federativa este modelo retira todo esse espírito e fica então 1/3 do ponto alto num fim de semana e 2/3 do ponto alto noutro fim de semana. E para não me alongar em outros interesses que possam estar subjacentes a uma decisão destas, ao contrário do que se possa pensar, os Clubes aumentam as suas despesas pois não deixam de ir para uma fase concentrada no próximo fim de semana e neste têm nova deslocação a outro ponto do pais, mesmo sendo mais perto e neste momento de crise não nos estão a ajudar em nada. Apenas acho incompreensível estas alterações de ultima da hora por parte de quem dirige, mas vamos lá para ganhar...
in Diário de Aveiro
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