Pautado pelo equilíbrio
Após 2 jogos menos conseguidos, especialmente o último onde estivemos claramente a anos luz daquilo que já fizemos esta época, este jogo revestia-se para nós de um valor acrescido para ver até que ponto teríamos capacidade para superar marcas de uma derrota bem pesada e de semanas onde estivemos muito longe de trabalhar com o empenho e a concentração pretendidos. É verdade que especialmente na semana que antecedeu o jogo trabalhámos melhor, no entanto, o Basquete é um desporto de continuidade, de rotinas e de repetições, a qualidade e a perfeição levam tempo a atingir e só mantendo regularidade no trabalho desenvolvido é que se consegue lá chegar. Infelizmente só uma semana a treinar a sério nas últimas 4 ou 5 não foi suficiente para vencermos o jogo.
É um facto e é de realçar que melhorámos muito a todos os níveis, atitude competitiva, concentração e espírito de grupo. Esperemos sermos capazes de manter e melhorar com consistência aquilo que fizemos.
Entrámos muito bem em jogo, com grande agressividade defensiva e com confiança e atitude positiva em ataque. Tomámos boas opções e fomos coletivos procurando o colega em melhores condições para finalizar. Sofremos neste quarto apenas 9 pontos derivados de uma excelente defesa (17-09).
No 2º período o jogo inverteu-se, o Sangalhos conseguiu reagir e nós não fomos capazes de dar a “sapatada”. Embora tenhamos mantido na mesma uma boa atitude, cometemos mais erros. Tivemos muita dificuldade em interpretar a defesa do bloqueio direto e permitimos vários ressaltos ofensivos na nossa tabela. Em ataque, a seleção de lançamento também não foi tão positiva como no 1º período. O adversário muito por mérito próprio foi capaz de dar a volta ao resultado, passando de estar a perder por 8 pontos para ir para intervalo a vencer por 2 (28-30).
Procurámos durante o intervalo identificar e retificar o que esteve menos bem durante a 1ª parte, alterámos a defesa para evitar as vantagens derivadas das situações de 2x2 com bloqueio direto. A nossa alteração defensiva deu resultado, diminuiu os argumentos ofensivos do Sangalhos assim como os seus ressaltos ofensivos. Embora tenhamos sido solidários e defendido muito bem em equipa, continuámos a nem sempre escolher as melhores situações de lançamento. Dispusemos de várias situações de contra ataque com cestos fáceis que infelizmente na maior parte delas não fomos capazes de concretizar. Ganhámos este período por 3 pontos e voltámos a passar para a frente no final deste 3º quarto (41-40).
O último período foi claramente de toada ofensiva, os ataques das 2 equipas superaram as defesas, foi o parcial onde tanto por nós como pelo Sangalhos mais pontos foram sofridos. Acusámos algum desgaste físico, perdemos discernimento e concentração, deixámos de ser capazes de interpretar as nossas próprias alternâncias defensivas. Vimo-nos obrigados a regressar à nossa defesa base. Verificaram-se várias alternâncias no marcador, contudo, jogámos sempre mais com o coração do que com a cabeça. O Sangalhos foi um justo vencedor num jogo que poderia ter caído para qualquer um dos lados. Perdemos essencialmente pela falta de eficiência em contra-ataque, marcámos 1 em 7 possíveis, baixa percentagem de lançamento, apenas 31,8% lançamento médio (7 em 22) e 12,5% lançamento 3 pontos (1 em 8). Defesa permissiva no 2º e 4º período nos quais sofremos 45 pontos contra os 19 sofridos no 1º e 3º. Só no último período permitimos ao adversário a concretização de 4 triplos. Pela positiva, uma melhor atitude, bem mais solidários e coletivos num jogo onde soubemos ser mais equilibrados em termos emocionais não criando um fosso entre o estar a ganhar ou a perder, pois isso faz parte de qualquer jogo. Um bom 1º período e uma excelente atitude guerreira em superação nos últimos minutos para tentar ir buscar a vitória.
Não ganhámos mas melhorámos o que é sempre de louvar, não nos servem as vitórias morais. Cada um deve fazer a sua própria auto análise em cada jogo, percebendo qual o seu papel na equipa. A defesa é tão ou mais importante que o ataque, devemos nos auto motivar com tudo de positivo que fazemos em prol do grupo independentemente de ser na defesa ou no ataque, procurando a motivação necessária para retificar durante a semana o que esteve menos bem para sermos melhores a cada semana que passa.
Marcelo Azevedo / João Madureira
Parciais: 17-09; 11-21; 13-10; 19-24Marcha: 17-09; 28-30; 41-40; 60-64
Galitos: Hugo Verde (11), Tomás Tavares, João Tavares, Emanuel Silva (12), Pedro Marçal (3), Bernardo Fernandes (7), Francisco Cacho (8), Miguel Sousa, Francisco Mata (7), Alexandre Oliveira (4), Carlos Almeida e João Sérgio (8).
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